domingo, 23 de julho de 2017

Essa pressa faz sentido?

Você já se perguntou sobre o porque de estar correndo tanto? Diariamente lidamos com cobranças externas que nos dizem que precisamos ser os melhores profissionais dentro da nossa área de atuação, que precisamos ser o melhor filho, pai, marido, esposa, amiga, nora… E na tentativa de atingir todas essas expectativas sociais, esquecemos de questionar se realmente queremos ser os melhores, e mais ainda, o que realmente significa  ser melhor para nós.
Todo o esforço para atingir um ideal seja ele pessoal ou profissional ignora a realidade. É que parâmetros como melhor ou pior dependem de várias circunstâncias e principalmente, partindo deste raciocínio, do olhar do outro para serem considerados como tal. E quando consideramos que existe um outro capaz de avaliar se somos bons ou não, precisamos entender que  somente poderemos fazer o que está dentro das nossas limitações, contudo, que a avaliação poderá ser baseada no que fizemos ou simplesmente na forma como o outro por diversos motivos nos considerou.
É por isso que é tão importante termos definido individualmente o que é bom e ruim para nós, porque é a partir disso que conseguiremos nos afastar da necessidade de sermos reconhecidos e aprovados pelo o outro, compreendendo que cada indivíduo possui os seus motivos pessoais para cada escolha que toma, e que apenas podemos nos apropriar daquilo que nos satisfaz ou que nos causa desprazer. Ou seja, é identificando aquilo que queremos ser que automaticamente entramos em contato com a realidade e nos afastamos das idealizações que quando não são dosadas, criam ilusões a respeito da felicidade.
Pessoas que possuem estruturas de personalidade que se formaram em lares com educações rígidas de exigências, desenvolvem a crença de que precisam constantemente satisfazer as pessoas a partir das expectativas que elas mesmas criaram a seu respeito. E na tentativa de agradá-las, buscam constantemente atingir uma excelência em todas as áreas da própria vida, ou, daquelas que mais são valorizadas e reconhecidas por aqueles que exigem tal conquista.
Esta exigência externa quando não é administrada com equilíbrio no sentido de ser motivadora, acaba sendo internalizada e se transformando em uma auto exigência. As consequências são o fortalecimento da competitividade com um fundo emocional de baixa auto estima, dificuldade de lidar com frustrações, auto punições, dificuldade de reconhecer os próprios limites e distanciamento de quem se é para atingir aquilo que acha-se que é, tendo como base o reconhecimento alheio.
Ás vezes as expectativas do outro podem ser baseadas no que ele vê como sendo melhor para nós e realmente pode fazer sentido se ele nos conhecer, contudo, é importante questionarmos se realmente queremos este modelo de vida, por mais benéfico que pareça ser, para nós. É que cada indivíduo possui as suas próprias identificações, por isso é fundamental, antes de tentar se ajustar naquilo que o outro acredita que possa ser bom para nós, analisar se realmente nos identificamos com aquela oportunidade, ou se estamos nos permitindo investir nela somente para agradá-lo ou por desconhecermos o que essencialmente queremos.
Por isso é fundamental reajustarmos o foco constantemente e identificarmos o motivo de estarmos ás vezes passando por cima dos nossos próprios limites. Assumir que não se quer ser “o melhor” é geralmente, doloroso porque significa dizer: “Eu abro mão de te agradar para me agradar” e consequentemente pode implicar em perdas de alguns benefícios secundários, contudo, é uma forma autêntica de lidar com a realidade e admitir a importância de valorizar o bem estar pessoal independente das expectativas que criaram a nosso respeito.

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